sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Roteiro para um Docudrama de Amor

Cooooooooooooooooooooooooooooooooooooorta!
Cena I – Interna/Externa- Dia/noite- Sol/Chuva - Plano Geral – Take I.
Você idealiza e espera alguém que “caiba em seus sonhos”. Se essa pessoa não aparecer, ótimo, continuará idealizando. Mas, se aparecer, duas coisas podem acontecer.


Cena I – Interna/Externa- Dia/noite- Sol/Chuva - Plano Geral – Take II.
Se essa pessoa couber exatamente em tudo o que idealizou, ótimo! É hora de rodar uma comédia romântica, um conto de fadas, uma fábula, um dramalhão em que alguém morre de leucemia. Mas, se essa pessoa não se encaixar exatamente, duas coisas podem acontecer.

Cena I – Interna/Externa- Dia/noite- Sol/Chuva -Plano Conjunto – Take I
Se você bater o pé e disser que não, ótimo! Continuará idealizando. Mas se conseguir aproximar a câmera um pouco mais, passará a ver essa pessoa com um pouco mais de detalhes, mas, ainda, de longe. Se sua opção for última, duas coisas podem acontecer.

Cena I – Interna/Externa- Dia/noite- Sol/Chuva - Plano Conjunto – Take II
Você pode continuar querendo ver essa pessoa de longe, longe, cada vez mais longe. Mas, se optar para um plano americano, duas coisas podem acontecer.


Cena I – Interna/Externa- Dia/noite- Sol/Chuva - Plano Americano – Take I.
Você pode não gostar do termo plano “AMERICANO”, se revoltar e parar de rodar seu documentário nos moldes dos enlatados estadunidenses. Se isso acontecer, ótimo! Poderá se aprofundar no construtivismo russo, ou no neo-realismo italiano, no cinema novo, na pornochanchada, enfim... Mas também pode optar por um segundo take, mas, dessa vez, em plano médio. Se essa for sua escolha, duas coisas podem acontecer.

Cena I – Interna/Externa- Dia/noite- Sol/Chuva -Plano Americano para Médio – Take I para II
Se não gostou do que viu no plano médio, pare agora mesmo com o cinema e tente xilogravura,
pintura, escultura, artesanato, bordado, psicodrama, psiquiatria ou psicografia. Mas se a luz captada e refletida pela imagem invadir o obturador e embaçar a visão do todo, apesar de aquela pessoa não se encaixar exatamente no “tipo” que estabeleceu para a personagem, duas coisas podem acontecer.

Cena I – Interna/Externa- Dia/noite- Sol/Chuva – Plano Médio – Take III
Você perderá a visão. Pronto. Terá que se contatar com o “tato”. Ou, você perderá “visão”, mas continuará rodando, um plano sequencia sem se importar com os “erros” de gravação, roteiros, ordens do dia, e enquadrará a personagem do seu docudrama em primeiro plano. Se esse for o rumo da filmagem, duas coisas podem acontecer.

Cena I – Interna para Externa- Dia para noite- Chuva para Sol – Primeiro Plano para Plano Próximo para Plano Detalhe – Take IV
Se, apesar de chegar a esse ponto, quiser abortar a filmagem até encontrar alguém que se enquadre no tipo pré-estabelecido, apesar de ter gasto toda a película e não ter mais como manter a equipe, saiba que essa pessoa saiu no meio da projeção. Se correr, quem sabe, conseguirá alcançá-la na saída do cinema. Entretanto, se quiser continuar a rodar, um cem mil número de coisas podem acontecer apesar da locação, das condições de filmagem, dos improvisos, do orçamento e das inevitáveis adaptações de roteiro.


Açãoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo!




(à Dziga e Zvonka)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A Paixão Segundo GH IV

Enontrei uma barata na cozinha
Eu olhei pra ela
Ela olhou pra mim

A Paixão Segundo GH III

Toda Vez que eu chego em casa
A barata da vizinha tá na minha cama

A Paixão Segundo GH II

Quem quer casar com a Senhora Baratinha
Que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha

A Paixão Segundo GH I

A Barata diz que tem sete saias de filó.
É mentira da barata, ela tem é uma só.
Ah ra ra, iá ro ró, ela tem é uma só !
A Barata diz que tem um anel de formatura

É mentira da barata, ela tem é casca dura
Ah ra ra , iu ru ru, ela tem é casca dura!

A teoria das cores

(Car le Seigneur Covre)
-Você entende? Você está vendo essa manta? Ela é vermelha, né?
Concordei e ele continuou.
- Pois é, mas o vermelho para mim é o mesmo vermelho para você? Quer dizer, eu vejo um tipo de vermelho, mas você pode não ver do mesmo tipo. Para você, o vermelho pode ser diferente. Nossa percepção é nossa, fica tudo aqui dentro. Eu não posso fazê-la enxergar o vermelho que eu vejo.
- Você é daltônico? O que é vermelho para você é verde para mim?
- Não, não, não. Quando estiver bom, vou escrever sobre isso, vai ser mais fácil.
- Ah, já sei o que quer dizer. É sobre essa coisa de visão de mundo, ideologias e...
- Mas isso é lugar comum, todo mundo sabe que todo mundo é diferente! - uma falou
- Aquilo de dizer que cada um ver a vida de acordo com uma ótica... - outro se manifestou
- Aí é que está, não é um problema de ótica, mas de óptica. Gente é uma coisa simples. Ai...eu queria estar bom para escrever sobre o assunto. Isso sempre me ocorre quando estou assim. O chato é que quando eu melhoro, não me lembro de escrever.
- Isso é altamente filosófico, sofismático, semiótico, não tinha me dado conta...
- Não, não, não, é puramente cromático, é simples. Quando estiver bom, desenho para vocês.

(Psicografado por mim, pelo espírito de Porco)

Vire a lata

Atrás do Trio Elétrico (pretensão e água benta...)

Quem sou eu